Feliz dia das Mães!
- Atlética Doutrinadores
- 10 de mai. de 2020
- 3 min de leitura
Nesse Dia das Mães a Atlética Doutrinadores conversou com algumas mulheres incríveis, alunas e ex-alunas da nossa UFF Macaé, e elas contaram um pouquinho de como foi e com é passar por todos os desafios de ser mãe universitária.
LAIS LOPES
“Em alguns momentos foi bem desafiador e muito cansativo. Mas eu, graças a Deus, tenho o privilégio de ter uma rede de apoio bem forte, o meu marido bem presente na vida da minha filha e pessoas que me ajudaram a dar conta de tudo, inclusive amigas da faculdade. Essas pessoas ficaram com a minha filha na própria faculdade quando eu precisava assistir aula e também me ofereceram suporte quando eu precisava estudar, estagiar, etc.”
Em relação aos principais desafios, Lais, disse: “Pra mim, particularmente, foram os primeiros meses depois que acabou o período de regime excepcional, principalmente porque moro em Campos e tinha que ir para Macaé quase todo dia, conciliar a rotina, cuidar da Maitê, estudar para provas, tentar manter os estudos em dia, organizar minimamente a casa, etc.”
Como as instituições da UFF, principalmente a atlética, podem auxiliar as mães universitárias?
“Diferente de mim, não são todas as mães que tem uma rede de apoio forte para ajudar ou ficar com o bebê enquanto elas estudam. No período em que a Maitê nasceu, por exemplo, o Regime Excepcional de Aprendizagem era de 60 dias a partir do nono mês de gestação ou da data do parto. Nesse período, os professores mandavam as atividades por e-mail e minhas amigas me enviavam o que foi passado em aula. Após esse período, nem todos os professores aceitavam o fato de ter que cuidar de um bebê como justificativa para faltar aula. Então acho que o ideal seria estender esse prazo ou, ao menos, que fosse conversado com os professores para flexibilizar as faltas e provas durante, pelo menos, os 6 primeiros meses. Além disso, como já disse, eu tinha pessoas de confiança para ficar com ela enquanto eu estava em aula. Mas, novamente, nem todas as mães tem esse privilégio. Por isso, acho que também seria essencial que se pensasse mais uma vez na já discutida creche ou um local de confiança onde as mães pudessem deixar seus filhos enquanto estivessem em aula.”
Para finalizar, Lais deixou um recado especial para as mulheres que engravidam durante a faculdade: “É um momento de muitas incertezas e medos, mas que pode sim dar certo! Sei que falo da posição de quem tem uma boa rede de apoio, mas queria dizer que é possível. Você não precisa parar a faculdade nem desistir de tudo porque engravidou. Claro que se for sua escolha, não tem nada de errado nisso também. Mas eu gosto de uma frase clichê que diz que "a maternidade não me limita, ela me empodera". O fato de nos tornamos mães não precisa nos cercear de fazer o que gostamos e o que queremos, pelo contrário, pode nos impulsionar a fazer tudo isso com um motivo a mais. Não é querer romantizar demais a maternidade, claro que vai ser um pouco mais difícil sim, mas a gente pode. Nós mulheres somos mais fortes do que pensamos.”
AMANDA CABRAL
“Eu descobri a gravidez no final do 7ª e tive meu filhinho pouco antes de começar o 9º período... graças a Deus consegui conciliar tudo, fiz e passei na OAB e apresentei o TCC antes dele completar 1 aninho. Consegui me formar sem atrasar nenhum período. Tive muita ajuda dos meus colegas de turma, que muitas vezes gravavam aulas pra me enviar, resumiam, me mandavam foto do caderno, dos quadros, enfim. Sem eles eu não teria conseguido, com toda certeza. Alguns professores também foram muito tolerantes na questão da frequência, em especial as mulheres mas não só elas.
Infelizmente as necessidades de uma gestante e de uma mãe solo com criança pequena são estruturais e logísticas. Não vou ser hipócrita de dizer que basta apoio emocional pra que tudo se resolva. Mas o que foi determinante PRA MIM receber NA FACULDADE foi justamente apoio emocional. Não digo da instituição em si, porque tem toda a questão da burocracia que dificulta TUDO que a gente precisa dela... mas independente disso, nem sempre é fácil manter a força de vontade de continuar estudando enquanto todas as prioridades da sua vida de repente estão ligadas a um outro ser, e não mais necessariamente à sua carreira.
Nesse aspecto, além de receber ajuda das mais variadas possíveis e inclusive de pessoas que nem eram próximas, eu recebi muito incentivo, acolhimento, mensagens de admiração e força que realmente me impulsionaram muito. E claro, nada disso é suficiente, mas faz diferença sim e muita!”
Gostaríamos de agradecer pelo tempinho que nos cederam para compartilhar um pouco da história de vocês e, novamente, desejar um feliz dia das mães para todas!
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